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Crucificação de um ritmo
A cultura de pobre ainda é um problema para a burguesia
A baixo o vídeo que repercutiu
Esta semana o mundo do Funk foi sacudido com uma postagem da Rainha do Pop, (MADONA), no vídeo a legenda: “Trabalhando no nosso português”. Como assim, Madona treinando o português? “Quando ela bate com a bunda no chão”, isso aqui no Brasil é crime e talvez nem seja “português”.
Esse blá... blá... blá... todo, é para dizer que existe um projeto no senado que visa criminalizar Funk, a ideia é do empresário Marcelo Alonso, um webdesigner de 47 anos, morador de um bairro da zona norte de São Paulo. Teve 21.985 assinaturas de apoio. Ponho-me a pensar, quem será punido: Quem ouvir? Quem produzir?
O Funk nasceu no Rio de Janeiro, mas atualmente tem invadido o Brasil como um todo com sua musicalidade. Criminalizar é uma forma de não aceitar, impedir que cada povo possa se manifestar culturalmente, já vista que aqui, a justiça não tem força para prender nem quem carrega o nosso dinheiro cueca; onde encontraria forças para jugar quem vive a bater a sua própria BUNDA no chão? Cultura alheia, não necessariamente existe para se aceitar, mas obrigatoriamente para se respeitar. A julgar pela história da música brasileira, em outros hits também não foram diferentes, o samba por exemplo, em 1920 teve seus precursores detidos diversas vezes, foi caso do sambista João da Baiana, que andava diariamente com seu pandeiro, na época sambista era sinônimo de criminoso. E hoje Martinho da Vila, Tiaguinho e tantos outros nomes que não merecem o título de criminosos por sua opção rítmica.
Para o Professor Reinaldo Santos de Almeida da Universidade Federal do Rio de Janeiro "A criminalização do funk é a forma pós-moderna de repressão penal da cultura popular marginal nos morros cariocas". Esse mal se estende para com todos, façamos uma reflexão em torno do nosso ritmo paraense, o técno Melody, que também atingi a massa pobre e, que por ser música de pobre também enfrenta barreira entre os que se acham “nobres”.
Antes que eu esqueça, avisem a Madona aqui tem Caetano, Gil, Chico Buarque, Betânia...
“Podem prender meu corpo, mas jamais meu pensamento” Mc DALESTE.
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